Como é constituído o Ser Cognoscente 


Por Leticia Paranhos


As 3 dimensões da psicopedagogia.

O ser cognoscente nada mais é do que o sujeito em processo de construção do conhecimento que se constrói através das relações. Ele é constituído por três dimensões: Cognitiva, Desiderativa e Relacional.

Nesse post vou falar sobre cada uma dessas dimensões e suas fases.


Dimensão Cognitiva (Epistemologia Genética):

Tendo como principal estudioso Piaget, essa dimensão mostra sobre o desenvolvimento da área cognitiva do indivíduo, afirmando que ele não é passivo na construção do conhecimento, e que esta é feita através de sucessivas adaptações.

Processo de adaptação - Piaget



Desequilíbrio
(Antigo esquema mental)


Adaptação

Equilibração
(Assimilação-Acomodação)


O sujeito que não aprende falhou na adaptação



Equilíbrio
(Novo esquema mental)
Os 4 Estágios de desenvolvimento cognitivo.
Sensório-Motor (Até 2 anos)

Nele, o campo da inteligência se aplica a situações concretas, é o período da diferenciação entre os objetos e o próprio corpo.

Pré-operatório (de 2 a 6 ou 7 anos)

Fase em que as crianças já reproduzem imagens mentais, pensamento intuitivo, linguagem comunicativa egocêntrica e o pensamento está centrado nelas mesmas.

Operatório Concreto (de 6 ou 7 anos até 11 ou 12 anos)

Aqui já há a possibilidade da criança aceitar o ponto de vista do outro e levar em conta mais de uma perspectiva, há também a capacidade de classificação, agrupamento e reversibilidade, e conseguem realizar atividades concretas.

Operatório Formal ( de 11 ou 12 anos até a vida adulta).


Transição para o modo adulto de pensar, hipóteses e idéias abstratas. A linguagem tem um papel fundamental de suporte conceitual.

Dimensão Desiderativa (Teoria Psicanalítica):

Sendo uma contribuição de Freud, a dimensão desiderativa faz traz a psicanálise como contribuição para a psicopedagogia.

A psicopedagogia busca na psicanálise o conceito de inconsciente, pois nela, o homem não é apenas racional e os impulsos irracionais se manifestam através do inconsciente, sendo assim, há menos razão e mais desejo.

Conceitos de Id, Ego e Superego:

Id

mais primitivo
menos acessível
quero porque quero
não pensa nas circunstâncias
foco no prazer sempre evitando a dor
ímpetos agressivos e sexuais

Ego

razão
racionalidade
partes que eu vejo de mim
parte que o outro vê de mim
é construído
é o administrador

Superego

se desenvolve no início da vida
censura da personalidade
valores e regras
o mandão
deseja a perfeição
é contra os desejos do id
Mecanismos de defesa: são formas através das quais o inconsciente tenta se defender das angústias e ansiedades provocadas pelas lutas que o ego não consegue administrar. exemplos: não perceber a própria situação, negação e racionalização.

A teoria Psicanalítica como uma nova possibilidade para a compreensão do desejo humano.

5 Fases do desenvolvimento da Personalidade
  1. Fase Oral (do nascimento aos 18 meses)

Foco da energia na boca(coloca tudo na boca) e satisfação de necessidades básicas.

  1. Fase Anal (dos 18 meses aos 3 anos)

Foco da energia no controle dos esfíncteres, interação social e normas de higiene.

  1. Fase fálica (dos 3 aos 6 anos)

Foco de energia nas zonas genitais e libido investida sobre pai e mãe.

  1. Fase de latência ( dos 6 anos até a puberdade)

Foco no grupo e nos amigos do mesmo sexo e identificação.

  1. Fase genital (dos 13 aos 20 anos)

As relações interpessoais se baseiam no prazer verdadeiro, derivado da interação sexual.

Dimensão Relacional (psicologia Social):

Pichon Riviere fundou a primeira escola privada de psicologia social, ele passou por várias experiências até chegar à experiência dos grupos operativos, um espaço psicológico e também pedagógico, onde conseguiu maior diversidade e produtividade. Ele chegou à conclusão de que para aprender a pensar, um indivíduo precisa do outro,

A estrutura dos grupos operativos conta com a dinâmica dos 3D’s: depositante, depositário e depositado.

O depositante é aquele que, não podendo assumir determinada característica sua, a  deposita (o depositado) em alguém que é o depositário.